Escolhida por ele, a comemoração entre colação e baile seria um jantar junto com seu colega Sílvio na Area, Associação dos Engenheiros e Arquitetos, bem dentro de seu métier. Jantar de massas, a cargo do Sílvio e sua equipe, eu queria participar com alguma produção... não podia ficar de fora...
Achei que docinhos miúdos, aqueles bem antiguinhos, bem old fashioned, poderiam ser bem-vindos e saborosos, então... com a ajuda da norinha Ale nos entregaríamos às tarefas de enrolar, enrolar, enrolar...
Antes eles estavam fora de meus planos: quando o Ri era pequeno o que ele gostava mesmo e que a gente fazia eram os brigadeiros e casadinhos, como todas as crianças... Achava que os outros eram muito trabalhosos e não cogitava fazê-los. Mas a gente muda de idéia de vez em quando, ainda bem!
Agora, o primeiro que não poderia faltar seria o camafeu. Adoro eles numa festa, principalmente quando cobertos com um delicioso fondant. Doce de origem portuguesa, ainda é tradicional em casamentos e aniversários.
Primeira receita, fiz com o amado leite condensado; sabor bom, mas ainda não era aquele com sabor especial de nozes pecã que eu buscava. Então, me entreguei à receita com muitas gemas, açúcar e nozes pecã raladas naquela maquininha especial, que não amassa as nozes nem as esquenta para extrair seu óleo indevidamente.
Camafeu
rendimento: cerca de 80 docinhos
INGREDIENTES
375g de nozes moídas
200g de açúcar
7 gemas
150 quartos de nozes inteiras para decorar
fondant industrializado (me dei bem com a marca mix - rolled fondant)
PREPARO
Fazer uma calda em ponto de fio com as 200g de açúcar e a metade do volume em água.
Esfriar um pouco e juntar as nozes moídas.
Acrescentar as gemas, peneiradas, levar ao fogo misturando com delicadeza, não batendo e sim com movimentos suaves com uma colher de bambu para não açucarar.
Quando der o ponto e desgrudar da panela reserve para esfriar. Faça bolinhas ou croquetinhos conforme desejar dar a forma.
Modelados, eles podem ser congelados, desde que bem embalados numa caixa forrada, bem fechada, com plásticos ou acetato separando as camadas de doces para que um não grude nem amasse o outro. Até aí super fácil e gostoso de fazer. Para esfriar a massa espalhei sobre o papel antiaderente, e com uma espátula recortei mais ou menos o tamanho que seria a quantidade para cada camafeu. Bem, acabou sendo um pouco grande mas era só tirar um pouco.
E aí me descobri me divertindo muito ao fazer esses docinhos! Congelei eles enroladinhos pois só uma semana e meia depois iria dar o banho com fondant. Claro, fiz um teste já nesse dia, pois nunca tinha banhado docinho miúdo em fondant... nem na faculdade pois eles são tão old fashioned que não fizeram parte da programação do currículo em confeitaria. E precisava ver se eles sairiam bem para poder apresentar rsrsrs...
Chega a hora de banhar no açúcar ou fondant:
Experimentei a receita de açúcar de confeiteiro com leite, não ficou legal. Ficou feio, grosseiro e mais escuro.
Experimentei o fondant industrializado comum, bem maleável, ligeiramente transparente que se encontra por aí e esse sim (não sei se por minha barberagem) ficou umedecido e derreteu no período de 11 dias.
Optei então pelo fondant industrializado - rolled fondant - (usei da marca mix). Segui as instruções exatamente como manda a embalagem, até uma colher de sopa de água para cada 100g de massa.
Animada com a experiência, no penúltimo dia antes do evento tratei de banhar os doces e digo: não foi muito fácil!
Coloquei num bowl de aço sobre a panela com um fundo de água e achei muito bom de trabalhar assim. E milagre: se no passado fiz algumas queimaduras nas mãos derretendo e empregando o fondant, dessa vez não aconteceu e deu super certo. Para banhar usei aqueles garfinhos de banhar trufas em chocolate, uma faquinha para tirar o excesso com cuidado, colar o quarto de noz sobre a peça (tem que ser enquanto o fondant está molhado, para grudar e ficar sem excessos) e depois é só colocar sobre o papel impermeável até secar.
Os camafeus que fiz de teste com esse fondant ficaram perfeitos até uma semana e meia depois, apenas fechados num pote tipo tupperware, fora da geladeira e estavam juntos daquele que umedeceu.
O que acontece com esse produto, durante o banho dos docinhos, é que rapidinho ele começa a formar casquinha e engrossa um pouco. De vez em quando eu colocava um pouco de água, mexia bem e continuava... tinha preocupação de que essa água fizesse o doce melar mas, sem problemas, com o mix até hoje com tempo chuvoso e tudo estão perfeitos. É só não exagerar ao diluir, ir de pouquinho em pouquinho.
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